segunda-feira, 21 de junho de 2010

Rosas vermelhas.

Ela ama, ela sorri, mas também chora.
Ela procura algo no mundo, na vida, algo que ela ainda não encontrou e teme jamais encontrar.
Ela procura olhares, suspiros e pronunciações, mas não acha.
Ela procura elogios, carícias e beijos, mas não como os que ela já encontrou.
Ela procura um propósito para amar, para viver, para sonhar...
Ela procura um homem que a faça de fato se sentir mulher, aquele que vá protege-la, que vá amá-la, aquele que vai sentir sua falta na cama quando o dia chegar.
Ela quer respeito e assim poder respeitar, quer ter atenção quando tiver vontade de falar, e quando houver algum problema, ela só quer um abraço quente para lhe reconfortar.
Ela quer alguém em quem possa confiar e que esse alguém, seja alguém para ela realmente amar.
Ela só quer um alguém que lhe presenteie com cheirosas e belas rosas vermelhas acompanhadas de uma caixa de bombons.
Ela procura por alguém que vá se dedicar a ela, assim como ela fará, por todos os dias restantes de suas vidas.
Ela apenas procura alguém...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Eu sei, mas não devia.

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.


Texto do livro "Eu sei, mas não devia" de Marina Colasanti, Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1996, pág. 09

terça-feira, 15 de junho de 2010

Ordinária, é isso o que você é !

É assim, diariamente ela acorda ás 6 da manhã, se arruma toda bonitinha e vai pra escola, mal chega a sexta-feira e ela está louca para que o dia acabe. Quando anoitece, os planos para aquela noite já estão sendo planejados. Ás 23 ela já está arrumada e saindo de casa. Com seu cabelo estilizadamente bagunçado, blusa básica, saia alta justa e um belo de um meia pata, ela sai sempre levando seu cigarro na mão. Não se importa com o que achem ou deixem de achar, a vida é dela e assim ela segue pelas ruas até chegar no local esperado. Quando encontra "o pessoal" já planeja como pretende gozar sua noite e já imagina as mil e uma coisas que podem e vão acontecer no caminho de casa. Ela curte, dança, se embebeda e ri de todos. Os que a fazem compainha a acham o máximo, está sempre dentre as melhores e bonitas. Mas o que rola no caminho de casa, ou até mesmo no meio da curtição (quando ela some sem deixar rastros) ninguém sabe ou ao menos imagina. Todos comentam, mas no fundo, o provável, ninguém acredita, ela é "a tal". Linda como uma Deusa mas ordiária como o capeta. Sacanagem e o mais sórdido possível é o que realmente ela gosta. Aproveita a vida sem escrúpulos e se auto-afirma independente de qualquer coisa. E assim ela segue seu final de semana, drinks, dinheiro e sacanagem. O domingo acaba e a segunda-feira já chegou, novamente está ela, toda bonitinha já pronta ás 6:45 da manhã para mais um dia de estudo. As aparências sempre precisam ser mantidas, quem não conhece não diz, mas ela é apenas uma "sweet girl" de 15 anos e que adora manter sua fama de santinha. Dias da semana e final de semana, são duas vidas que ela leva, são duas caras que ela tem (quem sabe até mais) e é assim que ela segue sua vida feliz. Falando a verdade agora ? Ordinária, é isso o que você é !

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Praia do forte.

É, sei que tem tempo que não apareço aqui pois a muito não me vem nenhuma inspiração. Mas depois de ter visto esta foto, não teve como né ! É impressionante como a natureza pega de volta aquilo que lhes foi tirado. Da outra vez tinha sido "apenas" a areia, o calçadão 'quase' não tinha sido atingido mas dessa vez o mar não perdoou. Quem 'olha pra trás' e lembra como a tão famosa praia do forte era linda. E hoje ? Realmente, surpreendeu! Agora eu quero ver o que os governantes (nem o nome do prefeito não pode ser citado aqui, ainda não tem um definido...) vão fazer a respeito. Cabo Frio está se acabando e se eles não derem um jeito, seja lá qual for e se houver um, bye bye turistas. #babado Bom, gente, é só isso. Tenho ficado sem criatividade, e quando ela vem, me falta paciência, ou seja, tá difícil ! hahaha De qualquer forma, quem aparece por aqui volte sempre e que todos sejam bem vindos. :D Beijos e beijoos.