sexta-feira, 26 de março de 2010

To be or not to be, that's the question.

Suspeita pra falar, afinal ele é minha inspiração ... W. Shakespeare expressou em Hamlet uma das maiores verdades desse mundo. "Ser ou não ser, eis a questão." A dúvida está presente em todos os momentos de nossa vida. Antes da certeza, vem a dúvida, a insegurança. Não há nada melhor nessa vida do que ela. Ás vezes reclamamos 'dela', mas se não fosse a mesma, a vida seria muito chata. Muito prática, digamos. Praticidade é bom, claro.. Mas sempre ? Não, acho que não! É tão bom podermos ter escolhas e ficarmos pensando: isso ou aquilo ? A dádiva da dúvida nos dá mais prazer nas coisas, nos dá até mais alternativas e até mais conhecimento talvez. Diariamente, simplesmente detesto ficar em dúvida sobre alguma coisa, mas quando paro pra pensar, é maravilhoso. Eu não gostaria nem um pouco se eu tivesse apenas uma alternativa. Na verdade, quem gostaria ? Vai nos incomodar, nos irritar, nos fazer gritar. Mas nos fará um imenso bem parar e pensar: Ser ou não ser, eis a questão.
A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca - William Shakespeare Ato III, Cena I (Por Hamlet)

Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre Em nosso espírito sofrer pedras e setas Com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja, Ou insurgir-nos contra um mar de provações E em luta pôr-lhes fim? Morrer.. dormir: não mais. Dizer que rematamos com um sono a angústia E as mil pelejas naturais-herança do homem: Morrer para dormir... é uma consumação Que bem merece e desejamos com fervor. Dormir... Talvez sonhar: eis onde surge o obstáculo: Pois quando livres do tumulto da existência, No repouso da morte o sonho que tenhamos Devem fazer-nos hesitar: eis a suspeita Que impõe tão longa vida aos nossos infortúnios. Quem sofreria os relhos e a irrisão do mundo, O agravo do opressor, a afronta do orgulhoso, Toda a lancinação do mal-prezado amor, A insolência oficial, as dilações da lei, Os doestos que dos nulos têm de suportar O mérito paciente, quem o sofreria, Quando alcançasse a mais perfeita quitação Com a ponta de um punhal? Quem levaria fardos, Gemendo e suando sob a vida fatigante, Se o receio de alguma coisa após a morte, –Essa região desconhecida cujas raias Jamais viajante algum atravessou de volta – Não nos pusesse a voar para outros, não sabidos? O pensamento assim nos acovarda, e assim É que se cobre a tez normal da decisão Com o tom pálido e enfermo da melancolia; E desde que nos prendam tais cogitações, Empresas de alto escopo e que bem alto planam Desviam-se de rumo e cessam até mesmo De se chamar ação. (...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário